CAPÍTULO VII

A IMPORTÂNCIA DO PASSIVO

Por João de Carvalho Leite

Pois é pessoal, no Capítulo VI, intitulado "Fazendo Contabilidade", vocês tiveram a oportunidade de ver, na prática, todo o processo contábil que ocorre em uma empresa durante um exercício fiscal (janeiro a dezembro). Agora vamos ao último capítulo de nossas aulas, com o título de "A importância do Passivo".   

- O não!!! Aí vem bronca, pois o "Alguém" quer falar de novo.

- Olha aqui João, eu não estou entendendo o nome do título deste capítulo VII. Na primeira aula, no Capítulo I, você colocou na nossa cabeça que o Passivo é coisa ruim, negativo, ou seja, esculhambou-o e agora aparece aqui com esse título: "A importância do Passivo". Você quer, como no capítulo II, me endoidar de novo?

O "Alguém" tem toda razão para se indignar, pois a sua observação tem sentido, pois se eu disse que o PASSIVO é sinônimo de coisas ruins, porque então, apareço agora com o título "A Importância do Passivo"?

Vamos às explicações. 

A seqüência lógica, por mim programada, da disponibilização dos capítulos  é esta mesmo, onde, propositalmente, deixei para falar da importância do passivo ao final, dando o fecho no nosso curso.

Eis a questão: O Passivo é "coisa ruim" ou "coisa boa" para a empresa?

Pois bem, no intuíto de facilitar o aprendizado é interessante fazer alguma correlação de modo que o aprendiz entenda com mais facilidade a matéria. Neste sentido, entendi que o relacionamento da palavra "passivo" com "coisa ruim" se contrapondo com o outro relacionamento "ativo" com "coisa boa", seria bem apropriado para iniciarmos o nosso estudo sobre a contabilidade, e, pelos resultados obtidos, acho que fui feliz nesta metodologia, não obstante saber da necessidade de posteriormente fazer um reparo na correlação "passivo / coisa ruim". E é o que faremos agora.

Nós vimos que o Passivo contempla as obrigações da empresa, tais como "Fornecedores a pagar", "Impostos a pagar", "Financiamentos a pagar", "Salários a pagar", enfim todas dívidas da empresa, também conhecidas como "Capital de Terceiros".

O Passivo contempla também o Patrimônio Líquido da empresa, conhecido como "Capital Próprio", que é o capital investido pelos sócios e os resultados oriundos do negócio (lucros ou prejuízos). O Patrimônio Líquido, em tese, pertence aos sócios da empresa e serão exigidos por ocasião do desligamento de algum sócio da empresa ou, por rateio, quando do encerramento das atividades da mesma.

Quando da insistência em correlacionar PASSIVO com COISA RUIM, é obvio que focamos o "Capital de Terceiros".  Diante disso, é óbvio também que quanto menos capital de terceiros a empresa tiver, melhor. Foi dito que Passivo é coisa ruim, mas em nenhum momento foi dito que o mesmo não tem importância para a empresa.

A empresa, no desenvolvimento de seu negócio, nem sempre terá os recursos suficientes para adquirir bens, tanto matérias primas para industrialização de seus produtos, como mercadorias para revendas, bem como, para ampliar o seu potencial, com a aquisição e renovação de equipamentos, maquinários, móveis e utensílios, veículos, prédios, entre outros, sendo então necessário comprar a prazo ou solicitar empréstimos a bancos, ou ainda comprar bens financiados, daí a importância de se obter capital de terceiros (daí a importância do Passivo)

No entanto, mais importante, ainda, é saber administrar a qualidade da dívida, tais como: prazo, custo da dívida, credor, etc. No caso de aquisição de imobilizado, normalmente o mais adequado é que seja efetuado para pagamento a longo prazo,  pois além do prazo maior para pagamento, o que não compromete o capital de giro, acaba tendo juros mais baratos.

Resumindo: A importância do Passivo está em que o mesmo, bem administrado, funcione como mola propulsora visando a expansão dos negócios da empresa.

Esta matéria foi disponibilizada, originalmente, em 10/02/2004

REPAGINADA EM 11/12/2008

Voltar ao índice do Livro Virtual Voltar ao capítulo anterior

"Aprenda contabilidade fazendo contabilidade"

www.contabiliza.com.br